As ações preferenciais da Eletrobras (ELET6) devem ampliar o seu spread com relação as papéis ordinários (ELET3), conforme divulgou o Goldman Sachs em relatório nesta terça-feira (13).
Segundo a casa, o atual spread de 1,025 vez não é consistente com uma análise fundamentalista feita sobre a Eletrobras.
Os analistas afirmam que, no curto prazo, a razão entre o preço entre os dois tipos de ações deve subir para 1,1 vez.
Segundo a análise de Pedro Manfredini, Flavia Sounis e Bruno Vidal, a potencial migração da ex-estatal para o segmento de Novo Mercado da B3 (segmento de empresas que adotam práticas de governança corporativa adicionais às que são exigidas pela legislação brasileira) é uma das razões para o possível aumento do spread.
“Acreditamos que uma possível migração para o Novo Mercado será o gatilho para o spread aumentar, e ver um ganho potencial de até 7,5%”, afirmam.
Além disso, o Goldman Sachs ressalta que as ações ordinárias da Eletrobras, que conferem direito a voto e participação nas decisões da companhia, não merece um prêmio atrelado ao controle da empresa, já que, desde a privatização, nenhum acionista pode ter mais do que 10% do poder de voto.
A casa, por fim, pontua que as ações preferenciais da Eletrobras têm liquidez robusta, e não merecem desconto no que se refere a isso frente às ações ordinárias.
“Não acreditamos que o ELET6 mereça um desconto de liquidez, pois também está entre as ações mais líquidas em nossa cobertura”, afirmam os analistas.
A Eletrobras informou, no início do mês de setembro, que recebeu uma ordem de execução da Justiça para pagar uma cifra de R$ 6,8 bilhões graças a um empréstimo compulsório.
Na ocasião, o Goldman Sachs divulgou outro relatório, recomendando a compra das ações, apesar da notícia.
“A Eletrobras informou que recebeu liminar de execução com valor total de R$ 6,8 bilhões referente a empréstimos compulsórios que não estão inclusos nos R$ 26 bilhões em passivos listados nos seus balanços. Embora não tenhamos opinião sobre o resultado potencial deste processo, notamos que embora o valor pareça relevante, representando 6,7% do valor de capitalização de mercado da empresa (market cap), a companhia disse que tomará as medidas cabíveis em sua defesa, pois entende que a questão judicial é improcedente”, disse o Goldman Sachs.
A casa mantém o preço alvo de R$ 61 para as ações ordinárias e R$ 67 para as ações preferenciais da Eletrobras, o que implica potenciais de alta de, respectivamente, cerca de 32% e 42%.
FONTE: https://www.suno.com.br/noticias/eletrobras-elet6-elet3-goldman-sachs-spread/
Autoria: LAURA INTRIERI.